O momento da impressão: a fotografia ganha corpo
- Max Cohen

- Sep 28
- 2 min read
Há um instante muito especial no processo de transformar uma fotografia em obra de arte: o momento da impressão. É quando a imagem, antes restrita ao universo digital e à imaterialidade dos pixels, começa a ganhar corpo, textura e presença física. Foi exatamente isso que registrei nestas imagens do Porto de Cacau Pirêra que compartilho aqui.
Na primeira cena, vemos a fotografia ainda saindo da impressora, camada por camada, linha por linha, como se fosse revelada lentamente diante dos olhos. É um processo técnico e, ao mesmo tempo, quase artesanal, no qual cada detalhe é fundamental para assegurar a fidelidade entre o que foi criado na câmera e o que será exibido na parede.
Em seguida, já com a obra completamente impressa, a análise da qualidade acontece sobre a mesa. Esse é o momento de verificar não apenas se as tonalidades e contrastes foram preservados, mas também se a resolução original (5.260 x 3.840 pixels) foi suficiente para sustentar uma impressão em grande formato — neste caso, 1 metro por 1,5 metro. É aqui que a fotografia revela toda a sua força ou expõe suas fragilidades.
Para esta primeira versão, utilizei uma impressora de 4 cores sobre papel fotográfico. O objetivo era testar a obra em escala real, possibilitando ao artista conhecer, avaliar e sentir a imagem em sua materialidade antes de avançar para tiragens definitivas em papéis de qualidade museológica. Esse passo é essencial para que a fotografia fine art alcance o nível de excelência esperado: impressões que resistam ao tempo e carreguem consigo a intensidade da cena capturada.
Depois dos testes e da avaliação técnica, chegou o momento de imprimir a versão final (foto acima). A obra ganhou vida em papel Canson Rag Photographique 310g, um papel 100% algodão, com padrão museológico e durabilidade garantida por séculos. Este suporte realça a profundidade dos tons em preto e branco, confere suavidade às transições e assegura uma experiência visual e tátil de altíssimo nível. A fotografia foi então cuidadosamente acondicionada em minha pasta de arquivo, onde reservo apenas as versões definitivas, destinadas à venda em tiragens limitadas.
A cada nova impressão, reafirma-se a magia do processo fotográfico: transformar um instante em memória tangível, capaz de atravessar décadas.









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