Águas do Tarumã
Em “Águas do Tarumã”, Max Cohen propõe um mergulho visual e espiritual nas margens silenciosas da Amazônia. O Tarumã — rio de águas escuras, reflexivas e misteriosas — transforma-se aqui em um espelho da alma. Cada fotografia é um diálogo entre luz, sombra e tempo, em que o instante se converte em permanência.
As imagens, capturadas em preto e branco com o rigor técnico da longa exposição, traduzem o encontro entre o visível e o intangível. As árvores, as águas e os reflexos constroem uma arquitetura de silêncio, onde a cor é substituída pela essência. A luz deixa de ser apenas elemento natural e passa a ser linguagem, matéria e gesto poético.
Um dos pilares estéticos dessa coleção é o uso do chiaroscuro contemporâneo — uma reinterpretação do clássico claro-escuro como instrumento de introspecção. Nas fotografias de Cohen, a luz não revela tudo: ela escolhe o que mostrar. As sombras não escondem — elas dão forma ao silêncio. Essa alternância entre claridade e densidade cria uma espiritualidade visual que faz o olhar permanecer.
Sob a perspectiva curatorial, “Águas do Tarumã” dialoga com o pictorialismo contemporâneo e o minimalismo poético, aproximando-se de mestres como Michael Kenna e Hiroshi Sugimoto, mas reinterpretados sob uma sensibilidade amazônica. A coleção revela uma Amazônia interior: um território de quietude, reflexão e transcendência, onde o tempo se dissolve e a luz se torna respiração.
Mais do que uma série de imagens, esta é uma experiência de pausa e escuta. “Águas do Tarumã” convida o observador a desacelerar o olhar, a perceber o que se move dentro da imobilidade — e a reencontrar, na vastidão do silêncio, a presença da luz.
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